Um aposentado de 57 anos, que estava dirigindo um Santana e, quando seguia atrás de um ônibus que passava pelo trevo do bairro Tancredo Neves, para entrar na Avenida Paulo Lauda, foi vítima de um sequestro relâmpago na tarde desta sexta-feira, na zona oeste de Santa Maria. Os bandidos chegaram em uma motocicleta azul que parou ao lado do Santana. Um bandido armado desceu da moto e entrou no carro.
A vítima foi obrigada a dirigir em direção a São Pedro do Sul até uma estrada na localidade de Canabarro. Ele teve os documentos rasgados e R$ 1 mil, que seriam usados para pagar um mecânico, roubados. Confira, abaixo, o relato dos momentos de pânico que a vítima conta ter vivido.
Diário de Santa Maria _ Como o sequestro começou?
Vítima _ Estava atrás de um ônibus da Expresso Medianeira que estava entrando na Avenida Paulo Lauda, na Cohab Tancredo Neves. Quando vi, uma moto azul parou do meu lado. O passageiro desceu correndo e entrou no meu carro. Ele apontou uma pistola para a minha cabeça. Uma arma como essas da polícia, e disse que não queria nada comigo, ele repetia o tempo todo: "eu só quero que tu faça um frete". Acredito que era Por conta de uma maleta preta que ele carregava com ele o tempo todo.
Diário _ O que ele mandou o senhor fazer?
Vítima _ Ele foi bem claro, disse que era para eu calar a boca e não fazer nenhuma pergunta. Tudo o que eu pude fazer foi soltar o cinto de segurança, pensando que, se houvesse policiamento no caminho, poderiam parar o carro, mas não encontrei policiamento na estrada. Ele disse que era para eu tocar para o lado de São Pedro. No caminho, algumas vezes, reclamou da velocidade. Queria que eu fosse mais rápido.
Diário _ O senhor não viu mais a moto?
Vítima _ Vi ela nos seguindo até a segunda ponte em direção a São Pedro do Sul. Depois não a vi mais.
Diário _ O bandido escondia o rosto?
Vítima _ Sim, ele não tirou o capacete nenhum momento.
Diário _ Quando eles colocaram o senhor no porta-malas?
Vítima _ A certa altura, ele disse que um quilômetro á frente era para eu entrar na antiga estrada para São Pedro e, depois, dobrar à esquerda. depois, mandou eu parar e descer do carro. Eu fui desligar o motor e ele gritou "não faz besteira ou eu te mato". Ele me colocou no porta-malas. Não me amarrou nem nada. Só me deixou preso lá.
Diário _ Como o senhor conseguiu sair?
Vítima _ Eu soqueei muito o porta-malas, tentando abrir, mas não conseguia. Já estava chorando e com pouco ar. De repente, lembrei que estava com o celular no bolso do casaco. Eu sempre esqueço o meu celular, desta vez, felizmente, ele estava comigo. Como fiquei sem meus óculos, foi difícil ver os contatos, fui tentando. Cheguei a falar com um amigo, mas ele achou que era brincadeira. Um dos últimos contatos era da minha mulher, então consegui retornar a ligação para ela e pedir ajuda.
Diário _ Por que o senhor carregava os R$ 1 mil que foram roubados?
Vítima _ Era dia de pagar o mecânico. Eles roubaram meu dinheiro e ainda rasgaram todos os meus documentos. Felizmente, estou vivo.